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2012 - Livro Vermelho 2013

Polygala tamariscea Mart. ex A.W.Benn. VU

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 12-11-2012

Criterio: B2ab(iii)

Avaliador:

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Espécie herbácea de Campo Rupestre com EOO de 294.656,50 km2 e AOO de 32 km². Contudo, sua distribuição é disjunta, sugerindo a fragmentação de sua população. Está sujeita a seis situações de ameaça, na Serra do Espinhaço, em Salinas (MG) e Abaíra (BA), em Itirapina (SP), Planaltina (DF), Alto Paraíso de Goiás e Colinas do Sul (GO). É ameaçada por perda de qualidade do hábitat, em decorrência de aumento da frequência e magnitude das queimadas provocadas pelo desmatamento e manejo de pastagens em torno das serras.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Senega tamariscea (Mart. ex A.W.Benn.) J.F.B.Pastore;

Família: Polygalaceae

Sinônimos:

  • > Polygala tamariscea ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

​Descrita em Fl. Bras. 13(3): 37. 1874.

Distribuição

Ocorre nos Estados de Tocantins, Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais e São Paulo (Pastore et al., 2012).

Ecologia

Caracteriza-se por ervas de até 50 cm de altura; coletada com flores e frutos em abril (Marques; Gomes, 2002).

Ameaças

1.5 Invasive alien species (directly impacting habitat)
Severidade high
Detalhes O amplo uso de gramíneas africanas para a formação de pastagens é prejudicial à biodiversidade, aos ciclos de queimadas e à capacidade produtiva dos ecossistemas. Para a formação das pastagens, os cerrados são inicialmente limpos e queimados e, então, semeados com gramíneas africanas, como Andropogon gayanus Kunth., Brachiaria brizantha (Hochst. ex. A. Rich) Stapf, B. decumbens Stapf, Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf e Melinis minutiflora Beauv. (molassa ou capim-gordura) (Klink; Machado, 2005).

1.1.4 Livestock
Severidade high
Detalhes Metade das pastagens plantadas (cerca de 250.000 km² - uma área equivalente ao Estado de São Paulo) está degradada e sustenta poucas cabeças de gado em virtude da reduzida cobertura de plantas, invasão de espécies não palatáveis e cupinzeiros (Klink; Machado, 2005).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Incidência national
Severidade very high
Detalhes A Mata Atlântica já perdeu mais de 93% de sua área e menos de 100.000 km² de vegetação remanesce. Algumas áreas de endemismo, como Pernambuco, agora possuem menos de 5% de sua floresta original. Dez porcento da cobertura florestal remanescente foi perdida entre 1989 e 2000 apenas, apesar de investimentos consideráveis em vigilância e proteção. Antes cobrindo áreas enormes, as florestas remanescentes foram reduzidas a vários arquipélagos de fragmentos florestais muito pequenos, bastante separados entre si. As matas do nordeste já estavam em grande parte devastadas (criação de gado e exploração de madeira mandada para a Europa) no século XVI. As causas imediatas da perda de habitat: a sobrexplotação dos recursos florestais por populações humanas (madeira, frutos, lenha, caça) e a exploração da terra para uso humano (pastos, agricultura e silvicultura). Subsídios do governo brasileiro aceleraram a expansão da agricultura e estimularam a superprodução agrícola (açúcar, café e soja). A derrubada de florestas foi especialmente severa nas últimas três décadas; 11.650 km² de florestas foram perdidos nos últimos 15 anos (284 km² por dia). Em adição à incessante perda de hábitat, as matas remanescentes continuam a ser degradadas pela extração de lenha, exploração madeireira ilegal, coleta de plantas e produtos vegetais e invasão por espécies exóticas (Tabarelli et al., 2005).

1.1 Agriculture
Severidade high
Detalhes A degradação do solo e dos ecossistemas nativos e a dispersão de espécies exóticas são as maiores e mais amplas ameaças à biodiversidade. A partir de um manejo deficiente do solo, a erosão pode ser alta: em plantios convencionais de soja, a perda da camada superficial do solo é, em média, de 25 ton/ha/ano (Klink; Machado, 2005).

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Observações: "Vulnerável" (VU), segundo a Lista vermelha da flora de São Paulo (SMA-SP, 2004).

4.4.3 Management
Observações: Ocorre em unidade de conservação (SNUC): Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, no Estado de Goiás (CNCFlora, 2012).

Referências

- PASTORE, J.F.; MARQUES, M.C.M.; MEDEIROS, E.S.; LUDTKE, R. Polygala tamariscea in Polygala (Polygalaceae) in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB032456>.

- MARQUES, M.C.M. Polygalaceae. In: STEHMANN, J.R.; FORZZA, R.C.; SALINO, A. ET AL. Plantas da Floresta Atlântica. p.439-442, 2009.

- MARQUES, M.C.M.; GOMES, K. Polygala (Polygalaceae). In: WANDERLEY, M.G.L.; SHEPHERD, G.J.; GIULIETTI, A.M.; MELHEM, T.S.; BITTRICH, V.; KAMEYAMA, C. Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. São Paulo: FAPESP/Hucitec, p.234-253, 2002.

- KLINK, C.A.; MACHADO, R.B. A conservação do Cerrado brasileiro., Megadiversidade, p.147-155, 2005.

- TABARELLI, M.; PINTO, L.P.; SILVA, J.M.C.; ET AL. Desafios e oportunidades para a conservação da biodiversidade na Mata Atlântica brasileira., Megadiversidade, p.132-138, 2005.

Como citar

CNCFlora. Polygala tamariscea in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Polygala tamariscea>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 12/11/2012 - 12:18:18